Victória Duarte Acioly
Filgueira1, Isabella Dourado
Bastos Reis1, Laura Carvalho Brandão1,
Lucas de Oliveira Santos1, Mariana Barbosa de Souza1,
Monique Emily Nunes dos Santos1.
1- UNIVERSIDADE
FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
RESUMO
O autismo é um transtorno de
desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e
compromete as habilidades de comunicação e interação social. A causa é predominantemente
genética, é uma herança poligênica, o que quer dizer que existem vários genes
que podem está envolvidos nesse transtorno. Por ser uma condição de
desenvolvimento, a pessoa que tem autismo tem suas próprias características de
desenvolvimento, de modo que cada um esteja dentro do seu próprio espectro.
Indivíduos autistas invariavelmente têm dificuldades de envolvimento social e
de aquisição de habilidades de comunicação. No entanto, a forma pela qual essas
dificuldades se manifestam variam muito de pessoa para pessoa. Diante disso
ainda existem um estereótipo em torno dessas pessoas, o que leva ao preconceito
por parte da sociedade. Dessa forma,
este trabalho visa apresentar as características de maneira geral das pessoas
com autismo, salientando o preconceito e estereótipos que são postos diante dos
autistas.
Palavras-chave:
Preconceito; Estereótipo; Autismo.
ABSTRACT
Autism is a developmental disorder that usually
appears in the first three years of life and compromises communication skills
and social interaction. The cause is predominantly genetic, it is a polygenic
inheritance, which means that there are several genes that may be involved in
this disorder. Because it is a developmental condition, the person who has
autism has its own developmental characteristics, so that each one is within
its own spectrum. Autistic individuals invariably have difficulties in social
involvement and acquisition of communication skills. However, the way these
difficulties manifest themselves vary greatly from person to person. Faced with
this there is still a stereotype around these people, which leads to prejudice
on the part of society. Thus, this paper aims to present the characteristics of
people with autism in general, highlighting the prejudice and stereotypes that
are put before the autistic.
Keywords:
Autism; Stereotype; Prejudice.
1.INTRODUÇÃO
O preconceito é um fenômeno
histórico e difuso, tão velho quanto a humanidade. Pode ser compreendido como
uma “atitude” que temos para com outros, e mesmo que seja usado de maneira
pejorativa, podem haver preconceitos formados positivamente e outros
negativamente. Embora seja relacionado com emoções positivas e negativas, a
psicologia social entende o preconceito como uma atitude negativa dirigida a um
grupo e aos que dele fazem parte. Mesmo que sejam comumente associados,
preconceito e estereótipo são conceitos diferentes, onde o primeiro é
considerado um componente afectivo, já o segundo um componente cognitivo, mas
estão sim interligados. Estereótipos são categorizações e crenças estabelecidas
por nós a outras pessoas ou grupos, trata-se à imputação de determinadas
características a grupos a partir de ideias fixas e verdades previamente
estabelecidas. O preconceito utiliza de estereótipos, em suas bases, para analisar
e julgar o outro, e é apoiado em atitudes como essas que surge a discriminação.
Esta, apesar de muitas vezes velada, é presente e constante na sociedade e na
socialização, e junto com os estereótipos e o preconceito, são capazes de
regular as relações do sujeito com a sociedade, mediando as ações e
comunicações humanas.
O Transtorno do Espectro
Autista (TEA) caracteriza-se, principalmente, por dificuldade de
comunicação, domínio de linguagem, socialização e um padrão de comportamento
restritivo e repetitivo. Por possuírem um comportamento, considerado por muitos
fora do comum, quando se trata do de pessoas com autismo a sociedade tende a
ter um olhar dotado de julgamento e preconceitos, muitas vezes pressupondo, sem
saber que a pessoa possui o TEA, se trata de uma pessoa mal educada e
antissocial. Além disso, mesmo quando tomam consciência do transtorno em
questão, ainda consideram a pessoa doente e incapaz. Nesse contexto, muitas das
negativas sociais, se não todas, direcionadas às pessoas com a deficiência
estão interligadas com o preconceito, os estereótipos e a descriminalização
sofrida, que deixam marcas tanto no individuo, quanto em sua família tornando o
dia a dia mais complicado e desafiador, com uma séries de barreiras e
obstáculos que podem ser amenizados com a conscientização e informação
transmitidas de maneira responsável e respeitosa.
2.
DESENVOLVIMENTO
Na base do preconceito estão
as crenças sobre as características sociais, o autismo também sofre por muitas
pessoas acreditarem que indivíduos com TEA são loucos e ou por sentirem medo
deles, o que torna a socialização, que já é dificultosa, por causa do próprio
transtorno, ainda mais sofrida pois ao mesmo tempo que os pais tem medo de por
seus filhos com TEA em ambientes abertos com bastante socialização, a sociedade
também não está aberta nem capacitada para receber essas pessoas. A falta de
socialização aumenta cada vez mais esse estereótipo de uma pessoa que não pode
socializar, não pode se comunicar, que vive em “outro mundo”, isolando esse
individuo da sociedade. Vale salientar que o autismo tem vários graus do mais
leve ao mais severo, o desconhecimento da sociedade sobre esse fato faz com que
todo individuo diagnosticado com autismo seja estereotipado como severo e
consequentemente tratado por igual, o que não é correto, cada sujeito deve ser
tratado de acordo com sua individualidade, mas todos tem que ser inserido na sociedade.
Além disso, nem todos com o mesmo grau possuem as mesmas características, pois
a interação social pode mudar totalmente o comportamento social desse sujeito,
quando esse indivíduo de grau severo é inserido em atividades sociais desde a
infância, tem muito mais chances de ser um sujeito considerado “sociável” do
que uma pessoa com TEA de grau médio que nunca foi inserido em nada que o
estimulasse socialmente, por exemplo.
Culturalmente, uma mãe de uma
criança com deficiência é vista como alguém que esta sendo provada ou castigada
por alguma divindade, o que por muitas vezes dificulta o tratamento dessa
criança, levando ela e a família a um conformismo, fazendo com que esse sujeito
não tenha interação social, pois a pessoa é infantilizada pela família e vista
como “louca” pela sociedade, uma forma de redução desse preconceito é a
hipótese do contato.
Hoje em dia no Brasil temos a
lei n° 13.146, de julho de 2015, que é a lei brasileira de inclusão da pessoa
com deficiência (LBI), que aborda o direito à educação inclusiva e de qualidade
em todos os níveis de ensino, garantindo condições de acesso, permanência,
participação e aprendizagem, por meio de oferta de serviços e recursos de
acessibilidade que eliminem as barreiras que o aluno com deficiência encontrará
nas escolas. Após a implantação desta lei, pôde-se perceber uma maior
frequência de pessoas com deficiência em ambientes sociais, que antes não
poderiam ir, pois eram consideradas incapazes de “se comportar”, esta lei
estimulou a socialização desse grupo pois proporcionou que o indivíduo com TEA
frequentasse escolas, que é o principal âmbito em que aprende a viver em
sociedade, ensinando não os autistas a “se comportarem”, mas a sociedade a
compreender que a diferença não é algo negativo, mas sim algo que torna todos
os seres humanos singulares, e com essa convivência aprendesse a interagir
mesmo diante da diferença, não o vendo mais como alguém fora da sociedade, mas
um membro.
3.CONCLUSÃO
Apesar desse avanço muitos ainda sofrem, pela
desinformação e pelo preconceito, pois além de ações sociais a sociedade
precisa estar disposta a conhecer esse sujeito, a compreender sua diferença e
querer contribuir para uma sociedade mais justa para todos e para todas,
independente de suas limitações.
4.REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988).
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.
CAVALCANTI, Ana Elizabeth;
ROCHA, Paulina Schmidtbauer. Autismo: construções e desconstruções. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2001.
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Sifuentes; Cleonice Alves Bosa. Competência Social e Autismo: O Papel do
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Federal do Rio Grande do Sul, 2013.
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um mundo obscuro e conturbado. São Paulo: Larousse do Brasil, 2010.
Lane, S.M.T. & Codo, W.
(1995). Psicologia social 0 O homem em movimento. São Paulo: Editora
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Myers, D.G.(2000). Psicologia
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SIEGEL, B. O Mundo da Criança
com Autismo – Compreender e Tratar Perturbações do Espectro do Autismo. Porto:
Coleção Referência. Porto Editora, 2008.
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